O quadro político é muito complicado para o PT cearense. O governador é do PT, mas aliado dos Ferreira Gomes. Por isso já era hostilizado pelo partido em Fortaleza e, na medida em que o partido incorporou de vez a pauta de Luiziane Lins, com apoio expresso de Lula, essa indisposição arrisca se dilatar em nível de PT estadual. A reportagem refere se ao fato de não se manifestar sobre o golpe em andamento contra o mandato da presidenta Dilma, demonstrando postura excessivamente prudente;
No entanto, convém destacar que, ao longo da evolução do golpismo, o grupo dos Ferreira Gomes, destacou se na resistência, enquanto o PT cearense, como todo, notadamente os setores identificados com a ex´- prefeita, simplesmente silenciava. Em 2014 a ala lorista simplesmente se opos ao candidato do PT ao governo do estado, como também, ao menos algumas das suas figuras públicas, manifestaram apoio aberto ao candidato do PMDB, Eunício Oliveira, também apoiado por Tasso Jereissati (PSDB), que foi seu candidato ao senado,
Após isso, desenrolou se o episódio do confronto corajoso protagonizado pelo ex governador Cid Gomes contra o presidente da câmara dos deputados e pivô do golpe, Eduardo Cunha, Subiu à tribuna daquela casa, e com o dedo apontado para Cunha, chamou-o de "achacador".
Enquanto Camilo articulava junto à bancada cearense e aos demais governos do NE a resistência ao golpe, Luiziane participava de solenidades com golpistas, como foi o caso do ato de filiação de Roberto Pessoa ao PSB que posteriormente acabou abortando. A única personalidade de esquerda presente era a própria Luiziane Lins que por sua vez foi a única ausência no encontro da bancada cearense em solidariedade à presidenta dias antes da votação na câmara.
Quem foi leniente com o golpe no momento em que poderia ter sido mais facilmente freado ou abortado se a esquerda se apresentasse unida diante dele?
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